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Informação à População | ALERTA | CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ADVERSAS
Precipitação Intensa, Vento e Agitação Marítima Forte – Manutenção e Agravamento do EAE AMARELO e LARANJA
1. INFORMAÇÃO DE SUPORTE
1.1 Comunicado Técnico Operacional Nº 063 do CNOS/ANEPC de 17OUT2023.
1.2 Situação Meteorológica
De acordo com a informação disponibilizada pelo IPMA, salienta-se para os próximos dias:
• Precipitação forte e persistente a partir da tarde de amanhã que continuará na quinta-feira, dia com
possibilidade de exceder 40 mm numa hora e 60 mm em 6 horas, podendo acumular 60 a 90 mm em 24
horas.
Vento na quinta-feira, vento de sudoeste muito forte com rajadas até 120 km/h.
• Agitação marítima forte, novo episódio a partir da tarde de quinta-feira, com ondas de sudoeste
aumentando para 5 a 7 metros de altura significativa.
2. EFEITOS EXPECTÁVEIS
Os episódios típicos das estações de transição, com a ocorrência das primeiras chuvas acompanhadas de vento
forte, são propícios:
a. À ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por
obstrução dos sistemas de escoamento;
b. A ocorrência de cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras;
c. A originar instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas
e outros) motivados pela infiltração da água, fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do
coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo;
d. À contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais;
e. Ao arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas
móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar
acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.
Comunicado Técnico-Operacional
Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil
3. MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO
A ANEPC recomenda à população e aos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC) a tomada das necessárias
medidas preventivas, que mitigam a ocorrência de:
a. Inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais:
1) Com as primeiras chuvas, as quantidades de lixo depositado nas embocaduras dos sistemas de águas
pluviais, a obstrução originada pela queda de folhas de árvores e os detritos vegetais juntamente com
outros materiais inertes que durante a estação seca se depositaram ao longo das valetas das vias de
comunicação, contribuem para situações de obstrução dos canais de escoamento.
2) Estas são geralmente responsáveis pelo arrastamento e concentrações destes resíduos sólidos em
locais inadequados (sarjetas, sumidouros, valetas) originando acumulações de águas pluviais que
poderão provocar cortes de vias de comunicação ou mesmo inundações nos pisos mais baixos de
edifícios.
3) Desta forma, recomenda-se a limpeza e desobstrução de sumidouros, valetas e outros canais de
drenagem, removendo folhas caídas das árvores, areias e pedras que ali se depositaram
previamente à época das chuvas.
4) A verificação da funcionalidade dos sistemas de drenagem urbana é essencial.
5) Paralelamente, cada cidadão deve também tomar uma atitude pró-ativa, nomeadamente assegurando
a desobstrução dos sistemas de escoamento de águas pluviais dos quintais, ou varandas e a limpeza
de sarjetas, algerozes e caleiras dos telhados de habitações.
b. Cheias motivadas pelo transbordo do leito de cursos de água:
1) O arrastamento e deposição de materiais sólidos pelos cursos de água pode contribuir,
significativamente para o acréscimo dos efeitos das cheias. Outros condicionantes, como a falta de
obstáculos à progressão da água nas bacias drenantes e a incapacidade de retenção da precipitação
no coberto vegetal assim como a diminuição da capacidade de vazão das linhas de água e da
capacidade de armazenamento nas albufeiras devido ao arrastamento de sólidos (por erosão) desde
as bacias drenantes até à linha de água, são fatores associados às inundações por cheias.
2) Neste contexto, recomenda-se a adoção, entre outras, das seguintes medidas de precaução:
a) Desobstrução de linhas de água principalmente junto a pontes, aquedutos e outros
estrangulamentos do escoamento;
b) Limpeza de linhas de água assoreadas;
c) Limpeza dos resíduos sólidos urbanos (muitos deles de grandes dimensões) depositados nos troços
marginais dos cursos de água;
d) Evitar cortes rasos de material lenhoso ardido em situações de declive intenso, localizados nas
proximidades das linhas de água;
e) Recolha ou trituração dos resíduos resultantes do corte dos salvados das áreas ardidas localizadas
nas margens das linhas de água;
f) Recolha ou trituração dos resíduos de atividades agrícolas e florestais existentes nas margens das
linhas de água;
g) Verificação (e eventual reparação) de eventuais situações de desmoronamentos das margens das
linhas de água, de modo a evitar obstruções ou estrangulamentos;
h) Inspeção visual de diques, ou outros aterros longitudinais às linhas de água, destinados a
resguardar os terrenos marginais;
i) Identificação de novos “pontos críticos”.
c. Instabilidade de taludes ou movimentos de massa motivados pela infiltração de água, podendo ser
potenciados pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais:
1) A precipitação pode aumentar a instabilidade de solos e rochas em vertentes. O aumento da
instabilidade dessas vertentes, em especial junto de aglomerados populacionais, vias rodoviárias e
ferroviárias, deve ser observado como medida preventiva de acidentes causados por movimentos de
massa (deslizamentos, desabamentos e outros).
2) As principais observações que devem ser feitas, em especial em taludes de maior inclinação (onde
mais abruptamente pode ocorrer a rotura) são as seguintes:
a) Em taludes rochosos em que pode haver desmoronamento ou tombamento de blocos de
rocha, deve observar-se o normal funcionamento das estruturas de escoamento (filtros,
proteção de filtros, furos de alívio de pressão de água, etc.) e as estruturas de suporte para a
estabilização de taludes (cortinas de cimento, gabiões de proteção, redes de proteção, etc.);
b) Em aterros e taludes de terra, devem observar-se possíveis deformações (abertura de fendas
que significam arrastamento de material), bem como assentamentos devido às variações do
nível da água nos terrenos.
3) A ocorrência de incêndios rurais pode reduzir o coberto vegetal, potenciando os movimentos de
massa, causados por erosão intensificada e por alterações nas características das rochas face à
exposição às temperaturas elevadas. Torna-se assim necessária, especial atenção a grandes blocos
rochosos com sinais de exposição ao fogo e em posição instável.
4) Sempre que as observações feitas suscitem dúvidas, devem ser comunicadas ao Serviço Municipal de
Proteção Civil respetivo, de forma a serem desencadeadas formas de medição de parâmetros e de
monitorização dos fenómenos de instabilidade.
d. No arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, ou ao desprendimento de estruturas móveis
ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte
1) Efetuar a verificação de todas as estruturas que, pelas suas características (dimensão, formato, altura
desde o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes,
procurando garantir que resistem aos ventos fortes;
2) Remover ou desmontar preventivamente as estruturas instáveis ou com potencial de risco,
guardando-as em locais seguros sempre que ocorram ventos fortes previsíveis.
e. Recomenda-se ainda:
1) A Adotação de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível
formação de “lençóis de água” nas vias rodoviárias;
2) Que não atravessem zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para
buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
3) Que se tenha especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atenta
para a possibilidade da queda de árvores, principalmente nas zonas afetadas por incêndios;
4) Que se verifiquem todas as estruturas que, pelas suas características (dimensão, formato, altura desde
o solo, resistência ao vento), possam ser facilmente arrastadas ou levantadas dos seus suportes,
procurando garantir que resistem aos ventos fortes. Nos casos em que tal seja impossível, deve
garantir-se a remoção ou desmontagem dessas estruturas, guardando-as em locais seguros;
5) Que se esteja atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de
Segurança.
Em conclusão, a ANEPC apela a todos os Agentes de Proteção Civil (APC), Entidades Cooperantes e aos SMPC,
para que adotem as medidas preventivas que constam neste comunicado, e para que divulguem as mesmas
pelas comunidades locais, com vista à mitigação dos riscos descritos, garantindo a salvaguarda e a proteção
dos cidadãos e dos seus bens.
Informação complementar: www.ipma.pt